“Guerra da Guiné: A Batalha de Cufar Nalu”, de Manuel Luís Lomba vai ser apresentado na Biblioteca Municipal de Barcelos
O livro “Guerra da
Guiné: A Batalha de Cufar Nalu”, de Manuel Luís Lomba, antigo combatente
naquela ex-colónia portuguesa, vai ser apresentado, no dia 27 de julho,
sexta-feira, pelas 21h30 horas, no auditório da Biblioteca Municipal de
Barcelos.
Com prefácio de Francisco
Trigueiros, antigo capitão miliciano naquela antiga colónia, o livro é
um “verdadeiro compêndio da história da Guiné”, abordando as campanhas
militares que se desenvolveram ao longo dos tempos e sobretudo da fase
final da guerra. Revela que esta não se perdeu pelo desalento do “Povo
em Armas”, mas antes pelo desânimo e saturação dos oficiais do quadro
permanente. Fala das suas idas à Guiné, do seu relacionamento com os
antigos combatentes, com especial destaque para o encontro com Nino
Viiera, o comandante guerrilheiro por excelência, posteriormente
Presidente da República.
Em finais de maio de 1965, após a
batalha de Cufar Nalu, a sua CCav 703 foi posicionada na quadrícula de
Buruntuma, nesga do território em esquadro, no extremo Leste da Guiné,
rodeada de inimigos por todos os lados, onde, por não ser engraçado nem
cair em graça, foi destacado para formar, dar instrução e comandar,
operacionalmente, grupos de milícias nativas e desempenhar acções de
“apsico” (Acção Psico-social), junto das populações – missões que lhe
permitiram o contacto com as intimidades daquela guerra revolucionária.
Manuel Luís de Araújo Lomba é autor dos
dois volumes de “Faria: Terra-mãe da Nacionalidade” e promoveu o
renascimento do grupo Alcaides de Faria, do qual é presidente da
Direção.
Nasceu em Faria, em 1 de maio de 1942.
Depois de experimentar e ser excluído do seminário dos Capuchinhos, foi
trabalhador nas obras da Ponte da Arrábida, em 1960. Em 1962, ganhou o
Prémio Nacional de Reportagem dos I Jogos Florais do Trabalho e, no ano
seguinte, uma menção honrosa, na mesma modalidade.
Em 1963, assentou praça no então CISMI,
em Tavira, e, feito militar graduado, foi monitor de instrução na
primeira escola de recrutas de 1964, RI 13, Vila Real e, a seguir,
mobilizado para a Guiné, pelo Regimento de Cavalaria 7, Lisboa, onde
participou na formação e instrução operacional do BCAV 705, ficando
incluído na CCav 703.
Aquele batalhão desembarcou em Bissau,
em 24 de Julho de 1964, e ficou aquartelado no Forte da Amura, como
“Força de Intervenção às Ordens do Comando-Chefe”, reservado a
desempenhar missões operacionais nas “áreas libertadas” do PAIGC no
Norte, Sul e Leste da Guiné, em interação com um grupo de Comandos, um
destacamento de Fuzileiros e uma companhia de Pára-quedistas.
Regressado à vida civil, trabalhou nas
manufacturas Âmbar e, não obstante ter alcançado a melhor classificação
no concurso para agentes da Polícia Judiciária, optou por ingressar na
construtora Soares da Costa, na qual fez carreira, alcançando o cargo de
diretor. Atravessou toda a sua vida económica na área da Construção
Civil, nomeadamente na Alemanha, até atingir a reforma.
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