31 de dezembro de 2009

PAULO SEQUEIRA e PEDRO FERREIRA " MEMÓRIAS das CALDAS de AREGOS"



MEMORIAS DE CALDAS DE AREGOS

PAULO SEQUEIRA E PEDRO FERREIRA
EDITAM LIVRO E A PAPIRO EDITORA

PREFÁCIO DR. ANTÓNIO BARRETO.

Bom trabalho desenvolvido por estes amigos Que maravilhoso retratarem em livro os tempos de outrora, que deviam andar bastante tempo a reunir esta documentação.

Esta linda vila de Caldas de Aregos merecia este grande interesse que tiveram que fica para a história da vila.

Estes dois amigos paresse terem adivinhado que iria estar em foco este grande desenvolvimento que esta a ter, e serem projectados para a ribalta as termas de Caldas de Aregos.

Temos que louvar a Câmara Municipal de Resende por interceder na administração destas tão prestigiadas Termas, que se assim não fosse teriam morrido por completo.

Irá chamar muita gente ao conselho que trará muito turismo e trazer muita riqueza para Resende, que não só o pessoal que trabalha directo nas temas, mas outros negócios em paralelo que os turistas frequentam.

Escolhi este tema Memórias das Caldas de Aregos no dia primeiro do ano de 2010, por ter grande satisfação em ver Caldas de Aregos Resende Desenvolver, e para dar os parabéns aos autores do livro, PAULO SEQUEIRA e PEDRO FERREIRA, que podem consultar, que é uma obra digna de se ver.
Boas Festas e Bom Novo Ano de 2010

Atentamente. Joaquim Pinto
LINC: MUSEU do BARBEIRO e CABELEIREIRO
LINC: PAUS RESENDE

28 de dezembro de 2009

JOÃO MALHEIRO GARCIA "EMPRESÁRIO LABRADOR"


JOÃO MALHEIRO GARCIA

EMPRESÁRIO LABRADOR
.
A trabalhat á 21 anos na
Herdade do Montinho
ODEMIRA


Um caso de louvar pelo seu grande mérito este meu amigo e cliente á 30 anos, fez seus estudos em Lisboa onde é Natural, e se deslocou á 21 anos para Odemira, onde é Empresário de Labrador na Herdade do Moutinho em Odemira.

Casos não muito vulgares um homem de cidade e se fascinou por este trabalho onde alcançou o sucesso no seu trabalho

A maior parte dos da província deslocam-se para as grandes cidades á procura de uma vida melhor que nem sempre é fácil, e o meu amigo João Malheiro Garcia procurou sua realização fora da grande cidade, mas á 21 anos que está lá corta sempre o cabelo nos Pinto's Cabeleireiros Apolo 70.

Penso que desviamos incentivar e apoiar os nossos jovens e se dar um pouco de ajuda para as pessoas seguirem assim um caminho tão honroso como este nosso amigo.

É filho de gente de bem do Coronel Malheiro Garcia meu grande amigo, que sempre temos uma boa conversa acerca dos nosso filhos.

João continue a desenvolver seu apreciado trabalho que é muito feliz na vida vivermos com quem gostamos e fazermos aquilo que gostamos.

João Malheiro Garcia, Aproveito para lhe desejar a si e a sua Esposa, e ás suas queridas filhas Mariana, Luiza e Teresa, Um Ano de 2010 cheio de Prosperidades e continuação de redobrados sucessos.
Com amizade. Joaquim Pinto
Linc;Duas ou três coisas
Linc:Pinto's Cabeleireiros - Apolo70 - Joaquim Pinto
Linc:Bicho Carpinteiro
LincPAUS-RESENDE :
Linc. A BOLOTINHA


27 de dezembro de 2009

Barbeiros Alentejanos e o Baú.


Barbeiros Alentejanos e o Bau

Era a tradição de muitos anos atrás o barbeiro andar de porta em porta para fazer as barbas e cortar o cabelo e por vezes tirar dentes e fazer os pequenos tratamentos que os barbeiros exerciam esta função.
Os tempos mudaram e os tratos como sabemos são feitos de outra maneira.
Tenho Grande admiração por estes antigos profissionais, porque posso falar um pouco visto conhecer e pertencer a esta profissão.

Com a maior atenção.
Joaquim Pinto.
LINC: A BOLOTINHA

25 de dezembro de 2009

FERROS DE FRISAR CABELOS



FERROS DE FRISAR CABELOS.
E BIGODES

Estes ferros de frisar ou ondular cabelos, eram usados nos cabeleireiros de senhoras e nas barbearias.

Nas barbearias eram os mais pequenos que serviam para frisar os bigodes e estes que a foto documenta eram usados em cabeleireiros de senhoras para fazer a ondulação.

Atentamente. Joaquim Pinto.
Linc.Duas ou tres coisa
Linc.Edições Romano
Linc.Pinto's Cabeleireiros
Linc.Bicho Carpinteiro

20 de dezembro de 2009

OLAVO DIAS "ARQUITECTO"



OLAVO DIAS
ARQUITECTO

BOAS FESTAS DE NATAL, E UM BOM ANO NOVO DE 2010

Como meu cliente á trinta anos, é com grande honra falar um pouco dele somente como cliente e amigo, porque é uma pessoa com grande discrição e não faz parte da sua maneira de ser andar a ser publicitado, assim como sua esposa também é Arquitecta e faz uso da mesma forma com descrição.

Ainda o conheci como estudante da Universidade, e mais tarde a Leccionar alguns 10 anos Na ESBAL - DA ESCOLA SUPERIOR DE BELAS ARTES DE LISBOA - DEPARTAMENTO DE ARQUITECTURA.

Ao longo do tempo tem sido uma pessoa de grande nível como cliente e amigo sempre muito disponível para alguma coisa que eu precisasse, visto estar relacionado com muitas pessoas de grande nível na nossa sociedade.

Conversamos muito do Algarve de Onde é Natural, e que o sr. Arquitecto Olavo Dias soube sempre cultivar a sua modéstia que é o seu cartão de visita, e conservar as raízes com a sua discrição que são a sua grande virtude.

Posso confirmar que é um grandes amigos, ele e a esposa não esquecendo os filhos Francisco Barão e a Leonor.

O Francisco Barão é meu cliente desde os 3 anos, e que não quer outro cabeleireiro, porque segue os passos do pai que é um bom amigo.

Este sr. Arquitecto até se prontificou para colaborar em expor minha colecção no Algarve visto ser grande amigo do Eng. Macário correia e arranjava essa exposição.

Sr Arquitecto Olavo Dias. Obrigado pela sua sempre habitual visita aos Pinto's Cabeleireiros Apolo 70, Desejo Um Feliz Natal e um Ano de 2010 com tudo de bom, para si, para a Esposa, Para o Francisco e para a Leonor.
Com amizade.
Joaquim Pinto.
Linc.Pinto's Cabeleireiros - Apolo70 - Joaquim Pinto
Linc.Museu do Barbeiro e Cabeleireiro

18 de dezembro de 2009

FELIZ NATAL E NOVO ANO DE 2010 PROSPERO


FELIZ NATAL E UM NOVO ANO DE 2010 CHEIO DE PROSPERIDADES,
a todos os leitores do blogue Joaquim Pinto Pinto's Cabeleireiros, Já que não o posso fazer pessoalmente a tantas pessoas de todo o mundo.

Sei que vocês estão comigo e que tem visto muitas as vezes os trabalhos por mim publicados que espero continuar a merecer da vossa parte o interesse da visita ao blog.
Também gostaria que mandassem opiniões para o blog.
Pessoas do cabo do mundo vêem o blogue e que muito difícil conhecer quem vê meus trabalhos.

Onde se encontrarem passem bem, o vosso Natal e que tenham um Novo Ano de 2010 cheio de tudo que mais desejarem.
Com amizade.
Joaquim pinto.

Linc.Duas ou três coisas
Linc.Bicho Carpinteiro
Linc.Museu do Barbeiro e Cabeleireiro
Linc.PAUS-RESENDE

MANUEL JACINTO "DIRECTOR DE CORRIDAS DE TOIROS"












MANUEL JACINTO
DIRECTOR DE CORRIDAS DE TOIROS


BANDARILHEIRO PROFISSIONAL


Sendo reconhecido como uma das referencias Nacionais na Tauromaquia, e figura de grande prestigio na arte de bandarilheiro, que o Pais se sente particularmente honrado com esta figura que marcou uma época.

Também como Empresário de grande sucesso soube gerir com grande talento e profissionalismo as duas vertentes de situações que só se deve a um homem honrado e trabalhador.

Tenho conhecimento de muitas reportagens e homenagens ao longo da sua carreira, que eu tive a honra de estar presente na Arena da Malveira sua terra Natal, quando se fez a festa de despedida de Bandarilheiro, quando fez 25 anos de actividade, e comemorou as bodas de prata no meio da Arena da Malveira, que recordo com saudades 0 dia 11 de Abril de 1999.

Este grande amigo que tenho o prazer de lhe cortar o cabelo há 32 anos é um orgulho ter asism clientes prestigiantes. como o Manuel Jacinto.

Frequento a Malveira por conhecimento dele almoço ao domingo na casa que foi onde o nosso grande Bandarilheiro nasceu que hoje é um restaurante conhecido pela Melita da Malveira Com um atendimento 5 estrelas.

Também fez parte dos Órgãos Sociais do Sindicato dos Toureiros que defendeu sempre sua classe.

Manuel Jacinto sou sempre cultivar a modéstia e a humildade que é para ele uma virtude, e conservar suas Humildes raízes que são o seu cartão de visita, que quando chego á Malveira Manuel Jacinto todos dizem que é um homem de grande valor, tal como sua esposa que também colabora com grande simpatia, que o velho ditado diz, a traz de um grande homem há sempre uma grande mulher.

Esta fotos São recordações da Reinauguração da Arena do Campo Pequeno, Com a Autoridade, Médico e Cornetim.
Outra da reinauguração da Arena de Elvas, com a Autoridade, O médico veterinário e o Cornetim.
Outra Corrida na Arena de Santarém. no dia dos seus anos que completava 65.
Outra com o Chefe do Estado general Spínola.
Outra foto uniformizado a rigor como a exigência profissional da praxe.

Amigo Manuel Jacinto Parabéns e espero velo muitos anos nos Pinto's Cabeleireiros Apolo 70 em Lisboa, que é sempre bem vindo.
Com amizade
Joaquim Pinto.

Linc.Duas ou três coisas
Linc.Bicho Carpinteiro
Linc.PAUS-RESENDE
Linc.Pinto's Cabeleireiros - Apolo70 - Joaquim Pinto

CABAÇAS DO SUBLIMADO DO PÒ DE SABÃO E DO ÁLCOOL

Cabaças do Sublimado, do Pó De Sabão e do Álcool.
Estas peças eram quase obrigatório nas barbearias á uns anos atrás.
Pois ainda no meu tempo era estas peças que se usavam, para o desinfectante após o barbear.

Não deixavam de serem peças curiosas, e bonitas, que com grande carinho as vou preservando para um dia os mais novos saberem como era a tradição das barbearias, e como era as condições da época.

Com a maior atenção.
Joaquim Pinto.
Linc..The Portuguese Barber's Museum - Straight Razor Place Forums
Linc.Museu do Barbeiro e Cabeleireiro
Linc.PAUS-RESENDE

PAUS RESENDE

Sexta-feira, Dezembro 18, 2009

Tentativa de homicídio em Moumiz

"A população da pacata aldeia de Moumiz, em Paus, Resende ainda está incrédula com a tentativa de homicídio de uma mulher de 66 anos. O atirador, um homem de 45 anos foi detido na sequência do ataque.

O desfecho não poderia ter sido pior. Depois de um clima de tensão que se arrastava há algum tempo, entre António Osório e a sua vizinha Adelaide, a tarde de quarta-feira quase culminou em tragédia. António, de pistola em punho, dirigiu-se à casa da idosa e disparou quatro tiros. A senhora foi baleada nas pernas e ancas, e só os gritos de socorro é que alertaram os outros moradores para o sucedido.

A vítima foi transportada ao hospital onde ainda se encontra internada. António Osório acabou por ser detido pela GNR de Resende a poucos metros do local do crime. Está em prisão preventiva."

Retirado do semanário Douro Hoje (edição de 17-12

15 de dezembro de 2009

ASSOCIAÇÃO DOS ANTIGOS ALUNOS DO SEMINÁRIO DE LAMEGO "ASEL"





RECORDAMOS OS 25 ANOS BODA DE PRATA DA ASEL

ASSOCIAÇÃO DOS ANTIGOS ALUNOS DO SEMINÁRIO DE LAMEGO. ASEL

António Cândido Teixeira
Presidente

Já la vai um pouco tempo que se comemorou na Vila de Resende Os 25 anos Bodas de Prata, a Associação dos Antigos Alunos do Seminário de Lamego. Vou tarde mas mais vale que nunca, porque adquiri as fotos da altura da celebração das bodas de prata desta Associação.

Pois tive o prazer do convite do presidente da Associação António Cândido Teixeira, mas com muita pena não pude estar presente por causa dos meus afazeres.

Esta noticia não conce gui primeiro que andei um pouco embaralhado para detectar as fotos.
Pois havia uma grande Razão para estar presente.

Primeira fui convidado pelo Presidente que muito me honrrou, o que é nosso cliente e fui convidado no meu salão nos Pinto's Cabeleireiros Apol 70 em Lisboa, que muito agradeço ao meu cliente Dr, António Cândido Teixeira.

Por outra razão estava em causa o sr, Conogo Manuel Esteves Alves que foi meu colega de carteira na 4ª classe na Escola do Barracão em São Mortinho de Mouros, e também estava presente o irmão do Sr, Bispo de Lamego Joaquim carvalho Botelho de quem sou muito amigo.

Quero felicitar esta Associação dos antigos Alunos do Seminário de Lamego
Com a maior consideração
Joaquim Pinto.
Linc.PAUS-RESENDE
Linc:Museu do Barbeiro e Cabeleireiro

13 de dezembro de 2009

CAMARA MUNICIPAL DO SEIXAL "EDITA LIVRO SEIXALIADA 25 ANOS DE DESPORTO PARA TODOS"


Alfredo Monteiro
Presidente da Câmara Municipal do Seixal.

Eufrázio Filipe.
Ex-Presidente da Câmara Municipal do Seixal.

Diamantino Rodrigues

Vereador com Pelouro do Desporto da Câmara Municipal do Seixal, na primeira Seixaliada.

Joaquim Cesário Cardador dos Santos.

Vereador da Câmara do Seixal 2002-2009.

António Castro.
Professor de Educação Física, ligado á origem da Seixaliada.

A todos que contribuíram para esta obra estão de parabéns, e que muito gostaria de os mencionar aqui todos mas como sabem são restritas as condições no blog.

Quero agradecer muito ao meu estimado cliente á mais de 30 anos, Professor António Castro, que me deu o prazer de visitar os Pinto's Cabeleireiros no Apolo 70, e que teve a gratidão de me oferecer o livro Seixaliada, 25 ANOS DE DESPORTO PARA TODOS, que tantas vezes falemos nesta linda obra tão importante.
Obrigados a todos os que contribuíram para esta obra.

Com amizade.
Joaquim Pinto

O livro Seixalíada - 25 Anos de Desporto para Todos, que retrata a história da maior iniciativa do desporto popular em Portugal, é apresentado na próxima sexta-feira, dia 20 de Novembro, pelas 21.30 horas, no Clube Recreativo da Cruz de Pau.

A obra surge no âmbito das Comemorações dos 25 Anos da Seixalíada e reúne depoimentos de um grupo de pessoas que enquanto atletas, treinadores, dirigentes associativos, autarcas e patronos, contribuíram para que a Seixalíada se afirmasse como um grande evento desportivo.

Após a sessão de lançamento do livro será anunciado o vencedor do Concurso do Hino da Seixalíada, seguindo-se a apresentação deste tema ao vivo.

Programa:
21.30 horas: Apresentação do Livro
22.15 horas: Entrega de prémio e apresentação do Hino da Seixalíada.

Composição da mesa:
Alfredo Monteiro - Presidente da Câmara Municipal do Seixal
Joaquim Santos - Vereador do Pelouro da Mobilidade, Equipamentos Municipais e Desporto
Odete Gonçalves - Presidente da Junta de Freguesia de Amora
Eugénio Costa - Representante da Comissão Organizadora da XXVI Seixalíada
Melo de Carvalho - Pelouro da Mobilidade, Equipamentos Municipais e Desporto
José Carlos Gomes - Presidente da Associação de Colectividades do Concelho d

Linc.
Pinto's Cabeleireiros - Apolo70 - Joaquim Pinto

CASA DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO



CASA DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO

Eng. Carlos Cordeiro.

Passou recentemente pelo salão Pinto's Cabeleireiros Apolo 70 em Lisboa, para cortar o cabelo, aonde é cliente habitual há algum tempo.
Criou-se uma certa simpatia por este Sr. que faz parte ´como vogal dos Órgãos Sociais da Casa de Trás-os-Montes e Alto Douro.
Pois temos sempre um tema bastante interessante para conversar, visto termos coisas em comum que é a nossa terra do Norte.

Gostamos de falar dos nossos amigos e da parte associativa visto também eu pertencer a uma e que é de louvar quem despende do precioso tempo, e privar,se de estar com a família, para desenvolver os organismos que são úteis, e em sabermos as noticias da nossa querida terra.

Pois descobri que o Eng. Carlos Cordeiro também tem mais coisas interessantes e muito culturais, que é o Teatro Amador que ele exibe com muito gosto. e também faz parte de uma organização muito cultural que é um grupo de cavaquinho e outros instrumentos. Parabéns pois precisamos muitos como o meu amigo para não deixarmos morrer a nossa cultura e tradição.
Com amizade.Joaquim Pinto.

Linc.
Museu do Barbeiro e Cabeleireiro
Linc,PAUS-RESENDE
Linc.CASA DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO

12 de dezembro de 2009

CABELOS E SÍMBOLOS "FORMAÇÃO PROFISSIONAL"



CABELOS E SÍMBOLOS

A história e a mitologia ligadas aos cabelos e ao seu corte são, geralmente, esquecidas, ou tratadas como apêndice em obras sobre a história do traje ou a simbologia do vestuário. Não são conhecidos, em Portugal, estudos da evolução do penteado ou da profissão de barbeiro.

No entanto, é indesmentível a quantidade de denotações que o cabelo encerra, dos tempos bíblicos de Sansão e Dalila ao provocante estilo hyppie, aos Beatles ou aos penteados co­loridos e marciais dos punks dos anos 80.

Ainda na Bíblia, Isaías ameaça os Hebreus com a cólera celeste, e prevê que o Senhor tornará calvos os filhos de Sião. Mas, mesmo na Bíblia, ter cabelo nem sempre é sinal de liga­ção com a divindade e de protecção celeste: Absalão fica preso numa árvore pelos seus cabelos, o que permite a Job apanhá-lo e matá-lo.

Todas as civilizações tiveram a sua própria mitologia li­gada aos cabelos e à barba. No Egipto, por exemplo, os fa­raós usavam perucas e barbas rituais, e a rainha Hatchepsout, um dos poucos soberanos do sexo feminino, é sempre repre­sentada nas gravuras da época usando peruca e barba pos­tiça.

Noutros cantos do mundo, a importância dada ao cabelo manifesta-se de outras formas: na trança dos mandarins chi­neses, no trofeu do escalpe dos índios da América do Norte, nas ofertas de cabelos aos deuses na Grécia antiga.

Berenice, mulher de Ptolomeu, oferecera a sua cabeleira a Afrodite para obter o regresso do seu marido da guerra. A cabeleira desapareceu do templo, e o astrónomo Cónon su­geriu que ela se tinha transformado numa constelação, que ainda hoje se chama Cabeleira de Berenice...

No entanto, a «guerra» entre barbeiros e cirurgiões foi uma constante até aos últimos séculos, com éditos sucessivos a mar­car a fronteira entre o que podia e não podia ser feito por

uns e por outros.

Em 1301, o preboste de Paris, Renaud Bardon, ameaça castigar severamente vinte e seis barbeiros que se entregam à cirurgia e proíbe-lhes semelhante actividade, pelo menos até que tenham sido examinados por mestres de cirurgia, para sa­ber se estão aptos para os cuidados médicos. Até aqui, por­tanto, o barbeiro podia ser também cirurgião, desde que «exa­minado».

A QUERELA COM OS CIRURGIÕES

Catherine Lebas e Annie Jacques estudaram a evolução da profissão de cabeleireiro em França em La Coiffure en France du Moyen Age à Nos Jours (Delmas International, 1979). E, sabido como em termos de legislação e usos sem­pre se reproduziu no nosso país o que vinha de França, é lá que iremos buscar ideias sobre o que poderá ter sido a arte de cortar o cabelo e pentear em Portugal (e no resto da Europa).

Em França, a profissão de cabeleireiro só aparece no re­gisto de actividades de 1292. Segundo esse censo, haveria na altura, em Paris, 151 barbeiros, 199 camareiras e 29 pentea­deiras e peruqueiras, cujas atribuições coincidem quase per­feitamente com a actual profissão de barbeiros e cabeleireiros.

A grande diferença é que aos barbeiros cabia muito mais do que barbear: regra geral, o barbeiro era também o médico das pequenas mazelas, competindo-lhe fazer sangrias, arran­car dentes e pensar feridas, além de executar a pequena ci­rurgia.

Esta multiplicidade de atribuições desagradava principal­mente aos cirurgiões encartados, apesar de estes, com medo de contaminações e populismos, raramente atenderem às ne­cessidades dos camponeses e vilões, reservando a sua ciência para os nobres e o clero.

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BARBEIROS E SANGRADORES EM PORTUGAL

Não abundam, em Portugal, estudos sobre a história do ofício de barbeiro. Há, no entanto, numa publicação da Dr.a Maria Helena Guerra, da Escola Superior de Medicina Den­tária de Lisboa, alguns apontamentos curiosos, que vale a pena

citar.

Assim, a investigadora refere que os barbeiros portugue­ses tiveram regimento próprio, aprovado pelo Senado de Lis­boa, desde o século XVI, e que a sua carta era passada pelo cirurgião-mor, que devia examiná-los em competência de cor­tar e pentear, mas também de sangrar e tirar dentes, activi­dades em que deviam ter pelo menos dois anos de prática, junto de um mestre ou de um hospital.

O médico Brás Luís de Abreu, citado por Maria Helena Guerra, terá sido um dos mais acesos críticos da prática da pequena cirurgia pelos barbeiros, nomeadamente no seu Por­tuga! Médico (1726), em que refere a Prática de Barbeiros em 4 Tratados,em Quais Se Trata de Como Se Há-de Sangrar,

de Manuel Leytão:

Assim que o sangrador decora a Prática de Barbeiros de Manuel Leytão, que custa trinta reis em papel (...), hei-lo me-

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tido connosco, e de dia em dia se vai enxertando em licen­ciado, e não é que também queira alistar-se em doutor...

Desta convivência entre barbeiros e físicos sairiam, aliás, prestigiados académicos. Entre os referenciados no estudo, destaca-se Manuel Constando, barbeiro-sangrador do século XVIII que foi um reputado professor de Anatomia e Cirur­gia em Lisboa.

Maria Helena Guerra refere ainda, a propósito de sangra-dores, que, segundo as Constituições Antigas de Pombeiro, os monges se sangravam de dois em dois meses, e que o fun­dador do Mosteiro do Tojal, no bispado de Viseu, determi­nou que as suas religiosas, mesmo saudáveis, fossem sangra­das de seis em seis meses.

Uma portaria de 13 de Julho de 1870 acabou com o ofí­cio de sangrador em Portugal...

HUMILHADOS E OFENDIDOS

O estudo referido, apesar de não se debruçar exclusiva­mente sobre o ofício de barbeiro e a sua história, contém, no entanto, vários elementos sobre esta profissão, sendo o único que descobrimos respeitante a esta actividade no nosso país.

Entre essas informações, contam-se algumas particular­mente interessantes, pela noção que dão da importância re­lativa do barbeiro e do cirurgião.

Uma delas refere-se a um censo realizado em Lisboa, em 1551, e que cita o número de práticos registados por Cristó­vão de Oliveira: 57 médicos, 60 cirurgiões, 197 barbeiros e 25 parteiras.

Dada a natureza das provas exigidas aos candidatos a barbeiros-sangradores e cirurgiões, verificava-se também que muitos deles eram analfabetos, o que os impedia de se actua­lizarem com estudos científicos e decretos reais, pelo que, em 1693, uma lei passou a obrigá-los a saber ler e escrever...

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Maria Helena Guerra sugere ainda que foi a importância desde sempre atribuída aos barbeiros que esteve na origem da pouca consideração pelos cirurgiões, que não gozavam do prestígio dos médicos, os teóricos, nem do sucesso dos bar­beiros, muito mais procurados pelo povo.

Além disso, aquela investigadora refere também como os barbeiros-sangradores rapidamente passaram a cirurgiões, e como em certas cortes eram desproporcionadamente prote­gidos e estimados. Em Londres, nomeadamente, organizaram--se em colégio especial, com privilégios e garantias dados por

Eduardo IV em 1462.

Em Florença, segundo Castiglioni, citado por Helena Guerra, todos os barbeiros deviam ser considerados como per­tencentes à arte, havidos e reputados como médicos, com pres­tação de juramento e submetidos à dita arte e aos cônsules da mesma.

O PECADO CAPILAR

É difícil, até ao século XV, historiar a evolução da Moda na Europa, pelo menos em termos dos usos relativos aos ca­belos, já que todos os documentos que se conhecem referem como fundamental a cobertura da cabeça, tanto dentro como fora de casa, especialmente depois do casamento.

No entanto, podem avaliar-se as normas que se faziam sen­tir sobre a forma de trazer e usar o cabelo se pensarmos em como a sociedade desses tempos observava escrupulosamente a Bíblia, e se cotejarmos algumas referências feitas no Livro dos Livros a esse respeito.

São Pedro exige às mulheres de boa moral que escondam o seu cabelo e usem roupas modestas. São Paulo proscreve as mulheres que se atreverem a orar ou profetizar de cabelo descoberto e imodestamente vestidas.

Por outro lado, a Igreja proibia categoricamente qualquer alteração na cor ou na forma dos cabelos, considerando-a pe-

cado capital de correcção dos actos divinos; a hierarquia re­ligiosa considerava emanação da Natureza divina a separa­ção de homens e mulheres pelo comprimento dos respectivos cabelos...

Em 692, o Concílio de Constantinopla ameaça de exco­munhão todos os que frisarem ou pintarem o seu cabelo, e, em 1337, o Concílio de Avinhão preconiza que, em sinal de obediência, os religiosos cortem o seu cabelo todos os meses. Em 1388, a Igreja estabelece que a tonsura dos padres tenha pelo menos quatro dedos de diâmetro.

Quase mil anos depois de Constantinopla, em 1583, o Con­cílio Provincial de Tours declara proscrita a mulher que usar a cabeça descoberta, e, alguns anos depois, o Concílio de Faenza proíbe o uso de perucas. Mas, em 1593, três religio­sas causam tremendo escândalo em Paris por se passearem descobertas, frisadas e empoadas...

no ano de 1629, e refere que, a partir de 1660, até os clérigos usam cabeleira postiça. No fim do século, os próprios cria­dos dos grandes nobres e burgueses usarão a peruca da moda. Em compensação, a moda capilar feminina sofisticava-se, desembaraçando-se dos pesados constrangimentos medievais, e dando origem a penteados de longos caracóis que pendiam sobre as faces e a testa, sendo que cada cabeleireiro os dis­punha de forma a melhor fazer sobressair a beleza da sua

cliente.

No entanto, as modas duravam décadas, até que alguma dama mais influente na Corte, rainha, princesa ou preferida do rei, se dispusesse a aparecer numa festa penteada de ma­neira diferente, no que era imediatamente seguida por todas as outras cortesãs, se a sua audácia merecesse a admiração e a aprovação do soberano.

BENDITAS PERUCAS

No princípio do século XVII, depois de centenas de anos de cabelos curtos, nasce a moda do cabelo comprido para os homens. Aparentemente, o novo uso foi lançado por Luís XIII, de França, e rapidamente seguido em outras capitais eu­ropeias, nomeadamente pelo duque de Buckingham, que se apresentava ornado de farta cabeleira em todas as celebrações oficiais para que era convidado.

Em seguida, a moda dos cabelos longos dará origem à moda das perucas, que assinalará a fase de maior prosperi­dade e de maior crescimento na profissão de cabeleireiro, de­sencadeando uma necessidade de mestres na arte de cortar ca­belos, fazer postiços, penteá-los frequentemente, empoá-los, limpá-los, etc.

O abade Thiers, autor de uma História das Perucas, pu­blicada em Paris em 1690, situa o aparecimento dessa moda

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O CASO CHAMPAGNE

Até ao princípio do século XVII, a maior parte das mu­lheres, mesmo as de condição, desconhecia a existência de pro­fissionais do sexo feminino especializadas em pentear. Só as damas da Corte, obrigadas a mais do que um penteado diá­rio, recorriam às camareiras.

O alargamento dessa profissão a homens era considerado ofensa aos costumes e à moral, um atentado várias vezes con­denado pela Igreja, que se recusava a admitir que uma mu­lher pudesse recorrer aos cuidados de um cabeleireiro, que um homem pudesse penetrar na intimidade dos aposentos femi­ninos.

Fosse como fosse, a verdade é que, em 1635, surge em França o primeiro cabeleireiro de senhoras, um homem cha­mado Champagne, que rapidamente ofuscou com o seu bri­lho a reputação de cabeleireiras (penteadeiras), como Laran-say, Jeanneton, Poulet e Bariton.

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Para as damas da Corte, provocar um petit scandal era muitas vezes a única forma de dar nas vistas, atrair a aten­ção do rei, e, com ela, as pequenas e grandes benesses que eram a razão de ser do séquito de cortesãos que permanente­mente orbitavam a figura do soberano.

O certo é que Champagne surge em 1635 e exercerá uma influência profunda na Corte do seu tempo. Foram muitos os que, despeitados com a intimidade e a altivez com que o cabeleireiro tratava com as mais distintas cortesãs, o tenta­ram caluniar e ostracizar.

Com alguma razão, deve dizer-se. Segundo o testemunho de Tallement des Reaux, Champagne exercia um poder dis­cricionário sobre as suas clientes, deixando os penteados a meio e exigindo que elas o beijassem, por exemplo, ou expul­sassem do seu círculo algum nobre, para o terminar. Não é difícil perceber porque granjeara tantos ódios...

EM PENTES E PERUCAS ESFORÇADOS

Ser barbeiro do rei era, mais do que uma profissão, um cargo de prestígio que, muitas vezes, acabava por ter refle­xos ao nível da nobiliarquia, como prova o exemplo dos ir­mãos Quentin, que foram dos mais famosos peruqueiros do século XVII.

François Quentin, o mais velho, nasceu em 1630, e conhe­ceu o rei na loja em que trabalhava, e onde Luís XIV ia mui­tas vezes procurar na sangria o alívio para as mazelas que lhe perturbavam a existência.

Mas, em 1670, fica vago o lugar de barbeiro do rei. Fran­çois Quentin é nomeado para o lugar. Começa a sua ascen­são social. Em 1681, já marquês de Champcenetz pelos ser­viços prestados à Coroa, casa com Elisabeth Orceau, de vinte anos, filha de burgueses parisienses. Terá três filhos: um ra­paz, que herdará o seu lugar na Corte, e duas raparigas, que

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casarão com o conde de Denouville e o marquês de Deute-ville, assegurando assim definitivamente a ligação da família à nobreza.

Entretanto, Jean Quentin, o mais novo, inventava uma nova técnica na fabricação de perucas, imaginando uma forma de entretecer os cabelos que permitirá ainda mais sofistica­ção dos postiços, maior volume e mais altura.

Graças possivelmente à influência do irmão François, con­segue que o rei e Colbert pressionem a corporação dos barbeiros-peruqueiros a adquirir os direitos da invenção. Com essa fortuna, Jean compra diversas propriedades e os títulos de senhor e alto-justiceiro de Villiers-sur-Orge, para onde se retira em 1690.

Em pentes e perucas esforçados, os irmãos Quentin tinham passado de anónimos oficiais de barbeiro a membros da no­breza e da alta burguesia, mais depressa do que muitos gene­rais e altos dignitários da Corte.

OS EXCESSOS DE MARIA ANTONIETA

Desde o fim da Idade Média, o penteado feminino sofreu uma lenta mas segura evolução no sentido da simplificação, quer no tamanho, quer no tratamento a que era sujeito. Mas, no século XVII, começa a ganhar terreno uma forma de pen­tear os cabelos das damas, com tranças e longos caracóis que irão justificar o aparecimento de 600 cabeleireiros femininos, na esteira do controverso Champagne.

Por volta de 1760, um fenómeno mostra o interesse que então se começa a dar à moda: surgem vários livros de cabe­leireiros famosos sobre a sua arte (A Arte do Penteado Fe­minino, Da Natureza dos Cabelos e da Arte de Pentear, Tra­tado dos Princípios e da Arte de Pentear, etc), assim como numerosas revistinhas ilustradas que publicavam estampas com os últimos modelos usados na Corte.

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Na mesma época, surgem também os primeiros «merca­dores de moda», que se associarão em corporação e cujo po­der se pode comparar hoje ao dos estilistas de Alta Costura, pela facilidade com que criavam e impunham estilos. A moda, embora fosse ainda um processo muito mais lento do que hoje, acelerava-se.

Pela mesma altura, Maria Antonieta adopta e generaliza a moda dos altos penteados que Nicolau Tolentino de Almeida tão bem satirizou em O Colchão Dentro do Toucado. As da­mas passam a usar nos seus penteados toda a espécie de refe­rências a pormenores da vida social ou militar, flores, ren­das.

De barcos em miniatura a pequenos frascos para manter viçosas as flores, tudo viajava nos grandes toucados do fim do século XVIII. Para realizar semelhantes penteados, o ca­beleireiro passava com a sua cliente a maior parte do dia, e, em certas ocasiões, podia levar dois dias para completar a sua obra, obrigando a cortesã a dormir sentada...

O COLCHÃO DENTRO DO TOUCADO

Chaves na mão, melena desgrenhada, Batendo o pé na casa, a mãe ordena Que o furtado colchão, fofo e de penna, A filha o ponha alli, ou a creada:

A filha, moça esbelta e aperaltada, Lhe diz co'a doce voz, que o ar serena: «Sumiu-se-lhe um colchão, é forte pena! Olhe não fique a casa arruinada!»

«Tu respondes assim? tu zombas d'isto? Tu cuidas que, por ter pae embarcado, Já a mãe não tem mãos?» E, dizendo isto,

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Arremette-lhe á cara e ao penteado: Eis senão quando, (caso nunca visto!) Sae-lhe o colchão de dentro do toucado.

Nicolau Tolentino de Almeida (1741-1811)

A REVOLUÇÃO E A MODA

Não surpreende que a Revolução Francesa, afectando toda a vida do seu país, desencadeasse também profundas altera­ções na moda, tanto em França como nos outros países eu­ropeus.

Mas a revolução veio culminar um longo processo social que já antes tinha feito desaparecer duas importantes modas, velhas de séculos: a peruca masculina e o empoamento.

A peruca, que ia sendo cada vez menos sofisticada desde os tempos de Luís XIV, desaparece quase totalmente alguns anos antes da Revolução, para regressar depois timidamente, a tempo de ser completamente erradicada pelos revolucioná­rios.

A moda de empoar a cabeça com farinha verdadeira de­saparece também, nesses anos anteriores à Revolução, aos gol­pes dos que a acusavam de matar à fome o povo: segundo um crítico, a farinha usada por 200 elegantes daria para ali­mentar uma pequena cidade.

Antes da Revolução, no entanto, ainda se verão duas pe­quenas enormidades: a ultraluxuosa peruca em fios de vidro, para os novos-ricos deslumbrados com a vida em sociedade, e a peruca em palha-de-aço, indestrutível, capaz de servir vá­rias gerações, enfim, o postiço económico para os cortesãos menos endinheirados...

Com a revolução, todos estes excessos serão banidos, Mas, poucos anos depois, a peruca voltará, agora nas cabeças fe-

mininas: as mulheres mandavam cortar o cabelo dos seus ma­ridos condenados, e usavam-no depois em perucas, para mos­trar a sua hostilidade ao regime.

Mas, excepto este renascimento na moda das perucas, os novos tempos pouco têm a ver com as cortes faustosas de Luís XIV e Luís XV. Cortes muito curtos, quase sem penteado, discrição e contenção aparecem um pouco por toda a Europa, excepto onde esses sinais são interpretados pelas monarquias reinantes como sinais revolucionários.

ARTE POR ARTE

Desde o século XVII que os penteados usados pelas actri­zes e cantoras de óperas de sucesso influenciavam as modas, embora com pouca projecção internacional, já que essa in­fluência só se exercia directamente nas grandes capitais cul­turais, e, indirectamente, raras vezes ultrapassava as fronteiras.

No entanto, com a difusão do cinema, depois da Primeira Guerra Mundial, a moda conhece um novo impulso. Os pen­teados, a cor do cabelo, a maquilhagem e o vestuário das es­trelas da Sétima Arte vão ser copiados por mulheres em todo o mundo.

O exemplo das enfermeiras americanas, desembarcadas na Europa para a Primeira Guerra, e os primeiros filmes mudos trarão a todas as europeias um novo modelo: o corte à gar-çonne, que só conhecerá difusão depois de adoptado por Coco Chanel.

Depois, o cinema trará à Europa o louro das deusas do cinema norte-americano, e finalmente os penteados de Ma-rilyn Monroe e Brigitte Bardot.

Nos anos sessenta, com o aparecimento e a generalização da televisão, a moda massifica-se ainda mais, até conhecer, já nos anos 80, a desmassificação total, em que todas as mo­das e costumes se usam a bel-prazer de cada um.

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No entanto, ainda se verifica a influência massificante de poderosos meios de comunicação, como a TV, nomeadamente através das telenovelas e dos penteados das suas heroínas. Não é preciso, sequer, esforçar muito a memória para encontrar rastos bem visíveis de algumas das últimas telenovelas.

E valerá a pena falar ainda, neste capítulo, da influência das estrelas da música, com o seu cortejo de imagens de marca, imediatamente copiadas por milhões de jovens de todo o mundo? É vê-los, aos jovens, punks ou neo-românticos, reg-gae ou heavy-metal, em Lisboa, Madrid, Londres ou Nova Iorque. E em Paris, onde, afinal, tudo começou...

CABELOS, PARA QUE VOS QUERO?

Uma arte ligada ao cabelo nasceu no século XIX: a da «joalharia em cabelo», verdadeira filigrana em cabelo que, na maior parte dos casos, se destinava a ser oferecida entre apaixonados, substituindo o velho costume de oferecer um ca­racol numa caixinha.

Já no testamento de Napoleão uma cláusula determinava que do seu cabelo se fizessem pulseiras com um pequeno fe­cho em ouro, que seriam depois oferecidas à imperatriz Maria--Luisa, à mãe do imperador e a cada um dos seus irmãos.

Balzac refere várias ofertas deste género nos seus roman­ces, e, num deles, refere o caso de um apaixonado que des­cobre que a mulher por quem batia o seu coração lhe tinha enviado um lenço bordado em cabelo. Mas os cabelos, longe de serem seus, tinham sido escolhidos numa famosa loja pa­risiense...

Filigrana, bordado em seda ou em tule, em roupa interior, entrançado em pulseiras, fios, correntes de relógio, ou até de­senhando motivos em plaquetas de vidro, chegando ao por­menor de servir de base a retratos realizados por conceitua­dos artistas, o cabelo mostrava assim mais uma faceta.

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A sofisticação irá até à realização de verdadeiras paisa­gens, cada vez mais complexas, sobre madeira ou marfim, de­pendendo da dimensão, muitas vezes terminadas com agua­rela ou tintas. Ou, para os puristas, cabelos de várias cores, excepto, naturalmente, o verde e o azul...

A partir de 1930, com o aparecimento dos primeiros cham­pôs neutros, a moda chegou a gregos e a troianos, destronando os antigos costumes, contrários à lavagem.

NUNCA A CABEÇA!

Durante séculos, homens e mulheres nasceram, viveram e morreram sem jamais lavar a cabeça! O preceito, antigo, vinha já da famosa escola médica de Salerno, no século IX: Saepe manus, raro pedes, nunquam caput. Ou, em português: lavar frequentemente as mãos, pouco os pés e nunca a cabeça!

Em meados do século XIX, ainda muitos especialistas re­comendavam que se enxugasse rapidamente a cabeça depois de a lavar, já que a humidade era perniciosa para os cabelos. Outros atribuíam ao uso da lavagem do cabelo pavorosos reu-matismos que originavam a queda dos dentes, depois de, pri­meiro, fazerem cair o próprio cabelo.

Para limpar o cabelo, portanto, nada melhor do que empoá-lo, primeiro, escovando-o depois com toda a força, de forma a tirar toda a farinha. Para os cabelos que, com esta operação, não ficassem, pelo seu cheiro, próprios para usar em sociedade, um óleo odorífero...

Só a partir dos anos 80 do século passado se generalizou a lavagem do cabelo, devida, sobretudo, ao aparecimento dos champôs, que, evidentemente, requeriam a utilização de água.

Os primeiros champôs consistiam em sabão negro fervido em água, e eram preparados pelos próprios cabeleireiros. Mais tarde, o sabão negro foi substituído por produtos obtidos pela saponificação de óleo de palma e de coqueiro, mas este pro­cesso tinha o inconveniente de dar origem a champôs alcali­nos, que precipitavam o calcário da água, tornando os cabe­los grisalhos.

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CURAS E TINTURAS

Apesar dos maus tratos dados aos cabelos (ou talvez mesmo por causa desses maus tratos), eles iam vivendo como podiam. Segundo alguns autores, o cabelo era um tubo fibroso que exalava um óleo próprio, como parte de um processo res­piratório de grande importância para o organismo, o que le­vava a duas conclusões: não afogar o organismo com lava­gens, e retirar o óleo da melhor forma possível, nomeadamente empoando-o e escovando-o em seguida...

Esta interpretação, no entanto, não impediu que as ele­gantes tenham desde sempre tentado mudar a cor do seu ca­belo. Desde a Antiguidade Clássica que se conheciam tintu­ras vegetais e minerais, mas tinham o inconveniente de ter de ser renovadas todos os dias e de, por exemplo, não resisti­rem a um aguaceiro. Até que, quase no fim do século XIX, surge a água oxigenada e se descobrem as suas propriedades descolorantes. Então, alguns farmacêuticos decidem diluir os antigos preparos vegetais e minerais em água oxigenada, anun­ciando milagrosas propriedades que permitiam pintar o ca­belo de qualquer cor.

Infelizmente, o resultado era mais literal do que se dese­jaria. Por um lado, o efeito desses produtos dependia muito do estado de saúde do utilizador e do seu cabelo, o que le­vava a efeitos quase nulos, nuns casos, e, noutros, a des­colorações completas e irreversíveis, obrigando os crédulos a andar de cabeça tapada até que o folículo capilar se recom­pusesse.

Mas o pior era quando, por alguma razão menos esclare­cida, o produto actuava de uma forma diferente daquela para

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que tinha sido concebido, deixando o seu utilizador com me­chas verdes, azuis ou avermelhadas.

Conclusão: muitos cabeleireiros recusavam-se a usar es­ses produtos, até que, em 1910, apareceram os primeiros co­rantes e descorantes seguros, à base de parafenilenediamina.


SEM PONTO FINAL

Os que nos lêem esperariam, agora, que esta «história com cabelos» avançasse pelos dias de hoje, ao toque da moderni­dade.

Mas serão outros capítulos deste livro que se encarregam de informar e satisfazer o leitor: é o caso dos depoimentos pessoais dos irmãos Pinto; é a natureza dos dados técnicos incluídos em outras páginas; é a notícia das novas linhas e dos cuidados a seguir, conforme os comportamentos e tipos de cabelo; é a diversidade dos serviços proporcionados por Pinto's Cabeleireiros, desde o corte personalizado à análise laboratorial, à utilização do computador ou ao recurso à mi-crocirurgia capilar.

Fiquem, assim, relevadas as omissões, ou o que pareça como tal, nesta sequência a integrar no todo.

Sem fecharmos, portanto, o capítulo, vamos descobrir, até à «ponta final» desta obra, os irmãos Pinto como páginas vi­vas, eles próprios, da história do penteado masculino de co­tação internacional, num mercado que evolui e ganha lugar relevante no mundo da moda.

PARTE V

Cabeleireiro e conselheiro

Conversando com os clientes sobre a escolha do visual

Para um glossário do corte e da técnica

Conselho

geral

— Espessura, textura e tipo

Conselho

1

— Análise das limitações-

Conselho

2

— Situação assumida

Conselho

3

— Alternativas e opções

Conselho

4

— Desfrisagem e permanente

Conselho

5

— Personalidade e moda

Conselho

6

— Estudo do rosto

Conselho

7

— Tipos e modelos

Conselho

8

— Tratamento capilar

Conselho

9

— Operação de secagem

Conselho

10

— Problemas do cabelo misto

Conselho

11

— Cabelo normal — parabéns e saúde

Conselho

12

— Cabelo seco — problemas e atenção

Conselho

13

— Cabelo oleoso — precauções e cuidados


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