Do Barbeiro ao Cabeleireiro
Mudam-se os tempos, mudam-se os hábitos...
Nenhuma
outra frase poderia ilustrar melhor a passagem dos Barbeiros a Cabeleireiros de
Homens. Merecem esses artistas da barba e do cabelo, que desde tempos idos
traçaram o caminho que ainda hoje percorremos, que façamos um pouco de história
para explicar como foi caindo em desuso o Barbeiro.
A profissão de Barbeiro chegou a ser a uma das mais importantes, no dealbar da Idade Média- Sec. XII/XIII- , quando os artesãos passaram a constituir, imediatamente a seguir ao clero e à nobreza, a mais poderosa classe social. Ao Barbeiro competia não apenas o cortar do cabelo e barbas, mas também os mistérios da cirurgia e da aplicação de tratamentos "médicos". O Barbeiro era, então, muito considerado e movia-se com facilidade nas mais altas esferas, estando mesmo por dentro de alguns segredos de estado, pois, por exemplo na qualidade de Camareiro, entrava na intimidade real e sabia mais do que podia contar...
Só cerca do século XVI se faz a clara divisão entre a actividade do Barbeiro e a do Físico (médico) e da parteira e foram definidas as atribuições de cada um. Porém, diz-nos a tradição, que o Barbeiro continuou a ser procurado para resolver muitas questões que transcendiam largamente a sua função.
Mas como e porquê se passou a chamar Cabeleireiro de Homens? Não foi certamente por iniciativa destes, nem aconteceu de um dia para o outro! Na verdade foi a mudança dos hábitos dos clientes que impôs a alteração, A substituição da navalha pela prática lâmina de barbear descartável e fácil de usar em casa, afastou da cadeira do Barbeiro os seus habituais clientes da barba. Até a moda de rostos sem pêlos foi disso uma consequência. As grandes barbas, trabalhadas com esmero pelo Barbeiro, cederam o lugar aos rostos limpos, tendo ficado ainda durante algum tempo ainda o gosto pelos bigodes.
Em presença desta difícil situação, restava ao Barbeiro especializar-se no corte e tratamento dos cabelos. Mas não bastava saber cortar, era preciso ir mais longe e eis que o Barbeiro envereda pelas tintas, permanentes e demais artes. O Pai desta evolução é o francês Georges Hardy que em 1954 esteve em Portugal e explicou a sua inovadora técnica. Seguidor do novo método, Jean Hugo, também veio a Portugal em 1955, explicar aos Barbeiros nacionais como evoluir dentro da profissão, rentabilizando-a.
Por esta altura já os barbeiros Portugueses se encontravam unidos enquanto classe e já tinham mesmo uma escola profissional. Na verdade a primeira escola foi inaugurada em 1952.
Foi desta forma que os ventos da mudança, soprando fortes, levaram o ancestral Barbeiro, cujas origens se perdem nos tempos, a ceder lugar ao moderno Cabeleireiro de Homens que hoje em dia exibe com orgulho o seu saber técnico-artístico. Linc. para o Museu do Barbeiro
A profissão de Barbeiro chegou a ser a uma das mais importantes, no dealbar da Idade Média- Sec. XII/XIII- , quando os artesãos passaram a constituir, imediatamente a seguir ao clero e à nobreza, a mais poderosa classe social. Ao Barbeiro competia não apenas o cortar do cabelo e barbas, mas também os mistérios da cirurgia e da aplicação de tratamentos "médicos". O Barbeiro era, então, muito considerado e movia-se com facilidade nas mais altas esferas, estando mesmo por dentro de alguns segredos de estado, pois, por exemplo na qualidade de Camareiro, entrava na intimidade real e sabia mais do que podia contar...
Só cerca do século XVI se faz a clara divisão entre a actividade do Barbeiro e a do Físico (médico) e da parteira e foram definidas as atribuições de cada um. Porém, diz-nos a tradição, que o Barbeiro continuou a ser procurado para resolver muitas questões que transcendiam largamente a sua função.
Mas como e porquê se passou a chamar Cabeleireiro de Homens? Não foi certamente por iniciativa destes, nem aconteceu de um dia para o outro! Na verdade foi a mudança dos hábitos dos clientes que impôs a alteração, A substituição da navalha pela prática lâmina de barbear descartável e fácil de usar em casa, afastou da cadeira do Barbeiro os seus habituais clientes da barba. Até a moda de rostos sem pêlos foi disso uma consequência. As grandes barbas, trabalhadas com esmero pelo Barbeiro, cederam o lugar aos rostos limpos, tendo ficado ainda durante algum tempo ainda o gosto pelos bigodes.
Em presença desta difícil situação, restava ao Barbeiro especializar-se no corte e tratamento dos cabelos. Mas não bastava saber cortar, era preciso ir mais longe e eis que o Barbeiro envereda pelas tintas, permanentes e demais artes. O Pai desta evolução é o francês Georges Hardy que em 1954 esteve em Portugal e explicou a sua inovadora técnica. Seguidor do novo método, Jean Hugo, também veio a Portugal em 1955, explicar aos Barbeiros nacionais como evoluir dentro da profissão, rentabilizando-a.
Por esta altura já os barbeiros Portugueses se encontravam unidos enquanto classe e já tinham mesmo uma escola profissional. Na verdade a primeira escola foi inaugurada em 1952.
Foi desta forma que os ventos da mudança, soprando fortes, levaram o ancestral Barbeiro, cujas origens se perdem nos tempos, a ceder lugar ao moderno Cabeleireiro de Homens que hoje em dia exibe com orgulho o seu saber técnico-artístico. Linc. para o Museu do Barbeiro
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